A perícia irá comparar a substância encontrada na casa de Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, com os resultados dos exames realizados nos irmãos de 7 e 8 anos, suspeitos de envenenamento em Parnaíba, litoral do Piauí. Nesta quarta-feira (28), João Miguel, de 7 anos, faleceu no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) após a abertura do protocolo de morte encefálica. Seu irmão continua internado.
De acordo com o delegado seccional de Parnaíba, Williams Pinheiro, ainda não é possível determinar o tipo de substância coletada na residência de Lucélia Maria, que permanece presa preventivamente.
"Encontramos uma substância, possivelmente veneno, na casa dessa senhora. Essa substância foi submetida a perícia, mas ainda não temos o resultado para identificar qual é o tipo, justamente para confrontarmos com os laudos periciais realizados nas crianças," afirmou o delegado.
Pinheiro destacou que a investigação aguarda os resultados periciais para avançar nas conclusões sobre o caso. "Estamos aguardando esses resultados para fundamentar nossas conclusões sobre este crime," acrescentou.
Segundo relatos de populares, Lucélia Maria teria histórico de envenenar gatos e de discutir com crianças na região. "Populares relataram que a senhora já teria envenenado gatos e se envolvido em discussões com crianças, possuindo um histórico conhecido na região," disse o delegado.
IML confirma indícios de envenenamento
O diretor do Instituto Médico Legal (IML), Antônio Nunes, confirmou em entrevista à TV Cidade Verde que há indícios de que João Miguel, de 7 anos, pode ter sido vítima de envenenamento.
Durante a necrópsia realizada nesta quarta-feira (28) no IML, foram encontrados grânulos no estômago da criança, compatíveis com venenos disponíveis no mercado. No entanto, Nunes ressaltou que é necessário aguardar o resultado do laudo para uma confirmação definitiva.
Caso é investigado pela Polícia Civil
O caso é investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis. A delegada Ilana Barbosa, que preside a investigação, divulgou uma nota nesta quarta-feira (28) afirmando que a investigação segue de maneira sigilosa e que a polícia fez os trabalhos de busca e apreensão na casa da suspeita e que os elementos coletados subsidiaram a decisão da justiça pela prisão preventiva da suspeita. Veja a nota de delegada:
“A investigação, conduzida pela Polícia Civil, através desta unidade especializada, tramita de maneira sigilosa e com fatos ainda a serem apurados por sua equipe de investigadores e pela perícia criminal. Quaisquer informações sobre o ocorrido e seus atores serão fornecidas pela Autoridade Policial em momento oportuno, com a finalidade de não obstar o trabalho da polícia judiciária e antecipação de culpa.
Reiteramos, conforme nota postada em nossas redes sociais, que os elementos probatórios colhidos em sede de Delegacia substanciaram o pedido de busca e apreensão para o imóvel da suposta autora e, com a urgência que o caso demandava, foi concedido pelo Poder Judiciário. A prisão, efetuada pela Polícia Civil, decorreu de elementos encontrados no interior da residência, sendo homologada e decretada a prisão preventiva da suspeita pelo Poder Judiciário.
Reafirmamos à imprensa que nossa unidade policial estará sempre à disposição de seus profissionais, pois entendemos o trabalho sério e necessário do jornalismo, levando informações de interesse para toda a sociedade."
A decisão que manteve a prisão preventiva de Lucélia Maria da Conceição Silva, 52 anos, foi concedida pelo juiz do Núcleo de Plantão/Parnaíba, Marcos Antonio Moura Mendes. Na decisão, ele disse que há materialidade do crime de tentativa de homicídio pelos elementos encontrados pela investigação e o fato de a suspeita possuir histórico de agressão a crianças.
"Existem indícios de autoria (veneno encontrado na residência da indiciada; existência de cajueiro em frutificação no quintal da residência dela; histórico de agressões a crianças, segundo o relato de vizinhos) [...] considerando-se o histórico relatado nos autos (lesão corporal com água quente em crianças, por exemplo). [...] o risco de reiteração de crimes contra crianças impõe a conversão do flagrante em prisão preventiva", diz trecho da decisão de domingo (25).
A mãe das crianças disse ao Cidadeverde.com que a suspeita entregou cajus para as crianças depois de ter se irritado que os meninos haviam subido no muro para pegar da árvore.
"Uma vez ele subiu no muro para pegar um caju, a vizinha viu e falou 'Ulisses, desça daí que ela não é gente, ela vai tacar pedra na sua cabeça',ai ele falou 'Não tia, vai fazer nada não'. Ai ele voltou de novo, e quando voltou foi com a sacola de caju dizendo que ela tinha dado para ele a sacola. Nessa arrumação, ele saiu para o canto do muro da casa dela e comeu lá, ai quando voltou, já voltou escanteando ele e o irmão dele", disse a mãe na sexta-feira (23).
A suspeita foi presa na sexta-feira (23). Vizinhos atearam fogo na casa dela.
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